Análise Política – O Resgate da Esperança XX
Bolivar Lamounier, cientista político, sócio-diretor da Augurium Consultoria, e membro das Academias Paulista de Letras e Brasileira de Ciências escreveu no ESP de 30 de novembro de 2024, o artigo “Uma Luz no Fim do Túnel”, palavras sábias sobre o contexto político. Vale destacar fragmentos lá expressos.
“A desordem política em que o Brasil vive há mais de duas décadas decorre de três fatores: o pequeno número de pessoas genuinamente vocacionadas para a vida pública, deformações grotescas em nosso sistema institucional e, mais importante, a obscena desigualdade de nossa sociedade.
Aos fatores acima haveria que acrescentar o quadro mundial, no qual despontam ditadores como Nicolás Maduro, um presidente condenado eleito para a presidência dos Estados Unidos e ditaduras totalitárias como as da Rússia, China e Coreia do Norte. Vladimir Putin chega a ameaçar o mundo abertamente com o recurso a seu gigantesco arsenal nuclear.
Quanto ao Brasil, a escassez de vocações políticas a que me refiro diz respeito ao excesso de indivíduos ávidos por viver ‘da política’ e não ‘para a política’. O quase total desaparecimento da geração de líderes do Congresso constituinte deixou aberto o espaço para o discurso ideológico vazio… e um Congresso no qual, com as exceções de praxe, pululam larápios e trapaceiros. Essa ‘oferta’ molda a ‘demanda’, ou seja, aprofunda o descrédito da instituição legislativa, que afugenta possíveis bons candidatos e assim por diante, num círculo vicioso cujo fim não está à vista.
As deformações do sistema político-institucional têm sido amplamente discutidas, sem que apareçam lideranças lúcidas, dispostas a agarrar pela unha o touro da reforma política. Sabemos que o sistema presidencialista de governo é ruim mesmo onde haja partidos políticos; onde não os há, como é o nosso caso, é péssimo. Associado a contínuas rixas entre os Três Poderes, na contramão do que a Constituição estipula, não há como visualizar um panorama diferente desse que Brasília nos oferece dia sim, outro também …”
As reformas apregoadas pelo GRITA! fazem sentido. Vozes reformistas se alinham.