Prezado(a)s Senadores e Deputado(a)s:
O PT assumiu publicamente sua postura antidemocrática ao concordar desde a primeira hora com a legitimidade de mais um mandato de 6 anos para o governo atual na Venezuela.
Como amplamente noticiado, o Presidente Maduro se autoproclamou vencedor nas eleições deste ano antes que fosse realizado o ritual de totalização previsto, constitucionalmente: a publicidade da soma das sessões eleitorais.
O PT, alinhado com a China, Rússia, Cuba, Nicarágua e El Salvador, de imediato reconheceu uma vitória sem legitimidade constitucional. Mostrou que o Partido está a serviço de outras organizações políticas que não a democracia brasileira.
Isto deixa claro que o plano de cooperação do PT com o Partido Comunista Chinês, proposto pela Presidente do Partido, Deputada Federal Gleisi Hoffmann, é um plano em andamento. E, pelo açodamento na aprovação da grave irregularidade de proclamar sem provas o resultado das eleições na Venezuela, evidencia que o PT não tem um plano de cooperação com o PC Chinês, mas um plano de subalternidade.
Pelo noticiário vemos a Venezuela como um país conflagrado. Gigantescas manifestações nas ruas, em favor da transparência na totalização dos votos, contrastam de modo dramático com as atitudes do atual Presidente venezuelano, que cinicamente, sente-se à vontade para anunciar totais sem comprovação das parcelas. E, seguindo o script dos prepotentes, orgulha-se, e até se compraz, em anunciar que já fez mais de 2 mil prisioneiros. Segundo ele, terroristas, e segundo se vê, cidadãos pacíficos exercendo o democrático direito de discordar, de exercer a liberdade de expressão, um direito fundamental nas democracias.
Além desta brutalidade e soberba, o vemos em cerimônia pomposa cercado de seus acólitos no Judiciário. Ali, o teatro macabro continua: subalternos solenemente paramentados anunciam o que lhes é exigido, a vitória eleitoral do atual mandatário. Uma cena sinistra. Serve apenas para apequenar o sistema judiciário da Venezuela perante a opinião pública mundial. E que descortinou mais uma vez sua horrenda face prepotente ao criminalizar os candidatos da oposição por exigirem a transparência e publicidade dos resultados das eleições. O que, de fato, é só uma continuação da perseguição aos opositores, iniciada durante a campanha, quando dois candidatos foram impedidos sequencialmente de concorrer. Alegações? Perigo de vencer!
Uma prova da lógica popular irrefutável: ditaduras não promovem eleições para perder!
A direção do PT, ao aprovar resultado eleitoral sem comprovação, simplesmente ignorou estas circunstâncias, e já decretou: concorda com o déspota e ignora a vontade do povo venezuelano.
Colocando-se ao lado da China, Rússia, Nicarágua e El Salvador que já aceitaram a inaceitável farsa eleitoral na Venezuela, o PT, como hoje se mostra, não pode continuar sendo um partido chancelado pelo TSE, uma vez que estes países são classificados como “regimes autoritários” de acordo com “Índice de Democracia”: nações onde o pluralismo político é inexistente ou severamente limitado.
O Movimento GRITA!, dedicado a projetos de cidadania que tenham como objeto a evolução da democracia pelo voto consciente na formação do Poder Legislativo, solidariza-se com o povo venezuelano em sua difícil jornada pela restauração pacífica dos princípios democráticos em sua Nação.
Movimento GRITA!, 07 de agosto de 2024.
NOTA
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
As categorizações de “qualidade da democracia” seguem as definições do verbete “Índice de Democracia” elaborado pela Editoria da revista “The Economist”, publicado na Wikipedia, de onde foi reproduzido o mapa abaixo (dados de 2023). Para mais detalhes consultar o link.
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_democracia
(as cores mais acima e à esquerda significam notas melhores no Índice de Democracia)
Não seria melhor o PT fazer acordo de cooperação com algum partido no Uruguai? Lá existe uma esquerda democrática!